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Já é senso comum que o nosso ciclo menstrual envolve uma montanha russa hormonal que afeta diretamente as nossas emoções. Grande exemplo disso é a famosa TPM.
Estrogênio, testosterona e progesterona agem em maior ou menor grau durante o mês inteiro no corpo feminino. Por exemplo, no início do ciclo, quando a menstruação começa, há uma baixa nos níveis de estrogênio, o que causa fadiga e contrações uterinas (ou seja, cólicas!). Já quando a menstruação acaba, os níveis de estrogênio sobem, a energia reaparece e tendemos a nos sentir mais otimistas e dispostas, além de ser um ótimo impulso para a autoestima, já que o rosto parece mais simétrico e a pele também parece muito mais viçosa nesta fase!
Quer descobrir como todo esse processo funciona? A seguir você pode conferir um vídeo que detalha de forma didática como tudo isso acontece dentro do nosso corpo ao longo de todo o período menstrual e a influência que os hormônios têm em nossas emoções ao longo do mês.
Creditos: Glamour https://bit.ly/2ZE5s0l
Por outro lado, um artigo de revisão apresenta evidências preliminares que enfatizam a interação entre uma vulnerabilidade cognitiva para Síndrome do Pânico, sensibilidade à ansiedade e os efeitos da progesterona e seu metabólito, alopregnanolona, nas respostas comportamentais e fisiológicas ao estresse durante a fase pré-menstrual.
Em termos mais simples: a revisão bibliográfica demonstra uma maior predisposição genética para mulheres desenvolverem/manterem sintomas de pânico e ansiedade. Aparentemente, existe um mecanismo hormonal por trás dessa suspeita.
A alopregnanolona, um metabólito neuroativo da progesterona, é um modulador dos receptores GABAA. Durante o ciclo menstrual os níveis deste metabólito aumenta e diminui, com a maior taxa de declínio ocorrendo durante a fase pré-menstrual.
Os receptores de GABA são uma classe de receptores que respondem ao neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA), o principal neurotransmissor inibitório no sistema nervoso central maduro dos vertebrados. A alopregnanolona é um modulador positivo potente dos receptores GABAA. Estudos em ratos demonstraram consistentemente que as oscilações de alopregnanolona influenciam o comportamento de ansiedade.
Especificamente, a exposição de curto prazo à alopregnanolona tem efeitos ansiolíticos, enquanto a retirada rápida (como o que é experimentado durante a fase pré-menstrual) induz mudanças de subunidades específicas no receptor GABAA, o que o torna menos eficaz e aumenta os comportamentos de ansiedade.
Em resumo: a abstinência de alopregnanolona associada a um estímulo aversivo aumenta o comportamento de ansiedade (esse foi o comportamento atestado em estudos desenvolvidos com camundongos).
O que o pesquisadores apontam sobre a aplicação desse modelo em humanos é que mulheres que já possuem predisposição à ansiedade, também estão mais propensas a interpretar mal essas sensações corporais como perigosas, o que as torna mais reativas a estressores externos e podem iniciar o ataque de pânico e subsequente quando sob estresse e servir como um fator de manutenção na síndrome do pânico.
Fonte:
Nillni, Yael I et al. “Anxiety sensitivity, the menstrual cycle, and panic disorder: a putative neuroendocrine and psychological interaction.” Clinical psychology review vol. 31,7 (2011): 1183-91. doi:10.1016/j.cpr.2011.07.006
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